por Beau Donelly (The Sydney Morning Herald)
24/02/2015
Um consumidor da Austrália cobra multa de pelo menos 4 milhões de dólares contra a rede de supermercado local Coles por enganar os consumidores sobre a frescura do seu pão.
A Coles foi considerada culpada no ano passado de enganar consumidores com falsas alegações sobre os produtos de panificação que foram anunciados como “cozido hoje, vendido hoje” e “recém-assados na loja”, quando não era o caso. Em algumas situações, os pães haviam sido parcialmente cozidos em fábricas no exterior meses antes, congelados e transportados para a Austrália.
Foram cerca de 85 milhões de produtos vendidos com rotulagem falsa em mais de três anos, que geraram uma receita de cerca de 300 milhões de dólares para o gigante supermercadista.
Em uma audiência na Justiça Federal australiana, realizada nesta terça-feira, a Australian Competition and Consumer Commission (ACCC), comissão de direitos do consumidor local, disse que estava buscando penas de pelo menos 4 a 5 milhões dólares por violações de direito do consumidor.
Os advogados da Coles debatem a gravidade da conduta enganosa, dizendo continuar com fortes vendas de pão parcialmente cozido, apesar revelações que os mesmos não são inteiramente produzidos no interior da loja, mostrando que o consumidor “não se importa”.
A Coles já foi suspensa por três anos de anunciar que seu pão era feito ou assado no mesmo dia em que foi vendido. No ano passado a empresa também foi obrigada a exibir avisos na loja assessorando compradores da violação ao direito dos consumidores.
A investigação da ACCC em táticas de marketing da Coles foi motivada por uma queixa sobre rotulagem pão do ex-premiê, Jeff Kennett, que descobriu um pedaço de pão que foi anunciado como fresquinhos na loja tinha sido produzido na Irlanda.
Um porta-voz da Coles disse que o supermercado tinha mudado sua embalagem e a sinalização no interior da loja para melhorar a transparência. “Ao conversar com os clientes sobre a nossa gama de pão, não queremos enganar ninguém, mas estamos a aceitar que poderíamos ter feito um trabalho melhor para explicar como esses produtos são feitos.”
O chefe do Tribunal Federal de Justiça, James Allsop, ainda está para tomar uma decisão sobre o caso.