Doceria abre a cozinha aos clientes

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Doceria abre a cozinha aos clientes

Doceria abre a cozinha aos clientes

por Daniela Maciel (Diário do Comércio)

04/03/2015

A tradição mineira diz que a cozinha é o lugar da intimidade. É no cômodo sempre aquecido pelo fogão e perfumado pelos aromas dos temperos e especiarias que são recebidos os verdadeiros amigos. Até hoje, mesmo nas grandes cidades e nos menores apartamentos, as turmas de amigos continuam se encontrando e, muitas vezes, se apertando, no espaço entre o fogão, a geladeira e a pia.

Apaixonada pela confeitaria, a chef de cozinha Luana Drumond, deu uma nova cara à tradição ao inaugurar há cinco meses a Doce Que Seja Doce, no bairro Padre Eustáquio, na região Noroeste. “A ideia era abrir uma loja, mas consegui esse espaço, que era um salão de festas, e adaptei para cozinha. Acabou ficando interessante receber as pessoas na cozinha. A maioria gosta, se diverte, e aproveita para aprender. Sempre rende boas conversas e agora não sei se a loja propriamente dita é tão importante”, explica Luana Drumond. Na cozinha os clientes podem esperar a encomenda ficar pronta, saborear uma das delícias produzidas ou escolher entre os produtos para pronta entrega.

Com pouco capital ­ cerca de R$ 45 mil investidos até agora ­ a empresária começou a trabalhar dentro de casa e, por isso, a empresa já tem um ano de idade. Seguindo os passos da confeitaria norte­americana, ela tem como referência o Momofuku Milk Bar e a Bouchon Bakery, ambas em Nova York. Depois de trabalhar em restaurantes famosos, a vontade de empreender falou mais alto.

“No último lugar que trabalhei conheci uma confeitaria mais rústica, diferente do que é feito normalmente no Brasil com muito glacê, muito enfeite. Achei que era hora de empreender. O trabalho na cozinha é sempre muito pesado, mas compensador. Não existe feriado, fim de semana, mas as pessoas ligam pra agradecer, perguntam se não dou cursos e isso é gratificante”, afirma a chef de cozinha.

A equipe é enxuta, além de Luana, trabalha uma pessoa no comercial, uma na cozinha e um terceirizado na entrega. Além de vender para pessoas físicas, a Doce Que Seja Doce também fornece para restaurantes. O carro­chefe da confeitaria são os brownies, feitos em diferentes tamanhos e formatos. O bolo de chocolate gigante também é outra sensação.

“Toda a matéria-­prima é selecionada e boa parte importada. Os preços são um pouco mais altos do que os praticados no mercado, mas os produtos têm como diferencial, além da matéria­prima, todo um trabalho de pesquisa e desenvolvimento. As embalagens são pensadas com exclusividade, o cardápio renovado periodicamente. Tudo é muito delicado. Não posso, por exemplo, mandar fazer a entrega de moto. Tem que ser de carro”, pontua.

Os clientes, por enquanto, estão concentrados na região Centro­Sul. A maior divulgação da confeitaria é feita através da internet, principalmente pelas redes sociais Facebook e Instagram. “Os clientes vem principalmente pela internet e pela propaganda boca a boca. Ainda não consigo mensurar o crescimento real da empresa por sermos muito recentes, mas sinto o movimento crescendo a cada semana”, comemora.