O pão nosso de cada dia

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O pão nosso de cada dia

O pão nosso de cada dia

por Patrícia Stanzione (O Globo)

O pãozinho francês consumido diariamente pelos brasileiros ganhou novas facilidades para chegar à mesa do café da manhã ou do lanche da tarde. São as padarias drive-thru, redes de franquias recém-chegadas ao mercado, que proporcionam mais praticidade e conforto à vida do consumidor. Duas ideias nascidas no interior paulista já espalham unidades pelo país, como a Pão Express e a Pão To Go.

 

A primeira surgiu em São José do Rio Preto, há um ano e meio, com a proposta de evitar que o cliente perdesse tempo em filas de supermercado apenas para comprar o pão nosso de cada dia.

 

A marca conta com duas cabines. A primeira onde são retirados os pedidos e é efetuado o pagamento. Ao ser computado o pedido, uma atendente inicia a separação dos produtos, que são entregues na segunda cabine. Os líderes de venda são os frios, os pães de queijo e os doces.

 

A rede conta com três unidades, nas cidades de São José do Rio Preto, Cuiabá e Goiânia e atende a cerca de três mil clientes em cada uma das lojas. Com investimento inicial a partir de R$ 90 mil, o negócio chega a faturar R$ 80 mil por mês. A Pão Express pretende chegar ao final deste ano com 50 unidades em

funcionamento. “Para isso, estamos investindo no fortalecimento da marca e na captação de novos franqueados”, diz o sócio Jhonathan Ferreira.

 

A Pão To Go surgiu há pouco mais de dois anos depois que o empresário Tom Ricette recebeu da esposa a incumbência de comprar sete pãezinhos às vésperas de um Natal. Com um filho e um cachorro a tiracolo, ele gastou 75 minutos para cumprir a tarefa. Motivo: falta de estacionamento.

 

A dificuldade o fez pensar numa padaria drive-thru. Assim nasceu, no fim de 2012, também no interior de São Paulo, a primeira unidade da rede.

 

O investimento por loja é de R$ 190 mil e o faturamento mensal supera a casa dos R$ 60 mil. “O lançamento da marca despertou a curiosidade de clientes e investidores. Hoje, temos 14 unidades em São Paulo, Distrito Federal e Goiás. Outras 100 já foram comercializadas”, informa o dono Ricetti.

 

Brasil: consumo abaixo do recomendado pela OMS

 

A panificação está entre os maiores  segmentos industriais do país, formado por quase 64 mil empresas. Em 2013, foram contabilizados 43 milhões de clientes. Os dados são de uma pesquisa realizada pelo Instituto Tecnológico de Panificação e Confeitaria (ITPC), a pedido da Associação Brasileira da

Indústria da Panificação (Abip).

 

O estudo indica ainda que o consumo per capita de pão no Brasil é de 34 quilos por ano, bem abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 60 quilos.

 

O baixo consumo brasileiro é uma questão cultural, na avaliação de Marcio Rodrigues, presidente do ITPC. “A farinha de trigo chegou ao Brasil pela Família Imperial. Antes, a principal matéria-prima era a mandioca. Hoje, o pão francês está incorporado ao cardápio brasileiro e é apreciado em todo país”. Ele acrescenta que, apesar de a taxa de consumo estar abaixo da recomendada, os indicadores mostram uma evolução no consumo nacional ao longo dos anos com boas perspectivas de crescimento.

 

O executivo vê com bons olhos os empreendedores que apostam  neste setor. “As empresas diversificam a variedade de produtos e incorporam conveniência e serviços, tornando o negócio mais lucrativo”.