Tecnologia nas etiquetas de gôndola

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Tecnologia nas etiquetas de gôndola

02/12/2011

 

A rede paranaense Condor investiu em etiquetas eletrônicas de preço. O sistema, implantado no ano passado em uma de suas lojas, teve custo inicial alto, mas pôs fim a gastos de impressão e minimizou reclamações por divergência de preço.

 

PERFIL DO HIPERMERCADO CONDOR ÁGUA VERDE

  •  25 mil m² de área total
  •  6 mil m² de área de vendas
  •  34 checkouts
  •  40 mil itens no sortimento
  •  410 colaboradores
  •  R$ 40 milhões em investimentos

 

No próximo dia 14 de dezembro, o Condor Super Center do bairro Água Verde, em Curitiba, completa um ano de atuação. Mais do que celebrar o aniversário de outro empreendimento com bons resultados, a rede paranaense – 10ª maior do País – aproveitará a data para comemorar o sucesso da mais moderna e ousada de suas 31 lojas. Localizada em uma região nobre da cidade, a unidade foi escolhida para ser a primeira equipada com etiquetas eletrônicas de preço, algo ainda pouco comum no varejo brasileiro. O investimento tem a ver com a história do Condor, conforme faz questão de ressaltar Joanir Zonta, presidente e fundador da empresa. “Em 1981, nos tornamos o primeiro supermercado informatizado do Paraná”, lembra. Desde então, a empresa nunca perdeu o foco em se atualizar. Muitas novidades, como as etiquetas eletrônicas, são observadas fora do Brasil pelo próprio empresário e também por seu filho, Ricardo Zonta, que roda o mundo representando o Brasil em competições de automobilismo.

 

VISUAL MODERNO

e fim das divergências

A loja da Água Verde foi construída com investimentos totais de R$ 40 milhões. As etiquetas eletrônicas, principal inovação da unidade, sinalizam absolutamente todos os produtos do mix. A solução foi fornecida pela RR Etiquetas, que comercializa também todos os equipamentos de infraestrutura, como transmissor de rádio, antenas, servidor, software e suportes para a fixação das etiquetas.

 

A novidade garante um belo visual e ajuda a transmitir a ideia de que a empresa está atualizada com o que há de novo em termos de tecnologia. Mas a grande vantagem do sistema é que ele praticamente elimina as divergências entre o preço marcado na gôndola e o valor cobrado no checkout, problema ainda recorrente no setor.

 

“Antes, ao lançar um tabloide com mil produtos, tínhamos de trocar etiqueta por etiqueta”, exemplifica Pedro Joanir Zonta. O processo demandava tempo e exigia o deslocamento de diversos funcionários para a função. “Agora, conforme o preço é atualizado no sistema, a mudança das etiquetas é automática”, destaca. O quadro de funcionários, garante o executivo, não foi reduzido. O que houve, segundo ele, foi um melhor aproveitamento da equipe em outras atividades.

 

ECONOMIA PARA LOJA

150 etiquetas deixaram de ser impressas por dia

Responsável pela área de informática do Condor, Vladimir Torres Manriquez lembra que a ideia de implantar etiqueta eletrônica foi encarada como uma oportunidade de modernizar a forma de apresentar os preços nas gôndolas.

 

Feito um estudo de viabilização, a empresa resolveu apostar, e os resultados não tardaram a aparecer. O gerente de informática destaca que o primeiro ganho foi o fim dos custos com papel. Segundo ele, além das impressões para troca de preços ou inclusão de produtos, muitas lojas emitem cerca de 150 etiquetas ao longo do dia apenas para substituir outras danificadas. Além de minimizar o retrabalho e seus gastos, as etiquetas eletrônicas reduzem exponencialmente os casos de divergência de preço entre gôndola e caixa. Para cada 10 problemas desse tipo nas lojas que usam papel, ocorre apenas um na unidade Água Verde. O procedimento adotado pelo Condor é mudar preços apenas quando a loja está fechada, processo que costuma durar entre 30 minutos e uma hora.

 

Ávida por novidades, a equipe de TI aprovou a mudança desde o começo. Entre o pessoal de loja, as etiquetas eletrônicas também foram bem recebidas. “A equipe da Água Verde já trabalhava em outras lojas do Condor e vinha da cultura do papel. O pessoal pulou de alegria quando viu que não precisaria mais trocar etiqueta por etiqueta”, afirma o gerente de informática. Um bom teste para o novo sistema aconteceu quando foi preciso alterar todos os preços do setor de perfumaria, em razão de mudanças na carga tributária para o segmento. Na loja com etiquetas eletrônicas, o processo foi concluído em duas horas, enquanto nas outras unidades da rede a mudança demorou quatro horas e exigiu três funcionários trabalhando exclusivamente nisso.

 

 

PONTO NEGATIVO

Custo inicial é elevado

 

Como em todo processo de mudança, porém, as dificuldades existem. Os custos iniciais do sistema, por exemplo, são bem mais altos em relação às etiquetas convencionais, o que ainda inviabiliza a utilização em todas as lojas. A previsão da empresa é de que o investimento se pague em um prazo de, aproximadamente, cinco a sete anos. Os clientes receberam bem a iniciativa, no entanto, alguns deles, sobretudo idosos, questionaram os funcionários sobre a possibilidade de ocorrerem remarcações ao longo do dia. “Informamos que o sistema até permite fazer isso, mas deixamos claro que essa não é a política adotada pelo Condor”, afirma Manriquez. Para que não haja dúvidas, a loja utilizou cartazes para reforçar o preço de alguns produtos e explicar sua política.

 

Outra dificuldade tem a ver com o costume de alguns repositores da indústria de “ganhar” espaço na exposição quando há ruptura do produto ao lado. Quando a etiqueta é de papel, alguns deles simplesmente retiram da gôndola a informação de preço. Como a eletrônica é fixa, se o espaço destinado a um item está preenchido por outra mercadoria, o cliente certamente se confundirá. Para resolver o problema, o Condor tem adotado como prática orientar os repositores da indústria a não ultrapassar o espaço destinado ao seu produto. Na dúvida, todas as manhãs um profissional do Condor passa nas gôndolas realizando uma conferência. Durante essa auditoria diária, ele também verifica se as alterações de preço foram realizadas corretamente e se todas as etiquetas estão funcionando – a bateria de cada etiqueta dura em torno de cinco anos, dependendo da quantidade de alterações de preço realizadas.

 

Segundo o gerente de informática, o ideal é que a informação permaneça na etiqueta, sendo alterada apenas quando o produto em falta sair de linha ou quando a ruptura não puder ser resolvida rapidamente. Entre prós e contras, o saldo é considerado extremamente positivo. Elogios de clientes, por exemplo, são constantes e ressaltam que o visual da loja fica mais agradável. Inspirado no sucesso da experiência, no momento do fechamento desta reportagem, o Condor se preparava para inaugurar mais uma loja repleta de etiquetas eletrônicas, dessa vez em São José dos Pinhais, cidade situada ao lado de Curitiba. Mais uma história de sucesso à vista.

 

SAIBA MAIS SOBRE A TECNOLOGIA PRO TRÁS DAS ETIQUETAS

A RR Etiquetas, especializada em automação comercial, implantou o sistema no Condor e em outros supermercados brasileiros, como os paulistas Covabra e Enxuto e o mineiro Empório Bahamas. A empresa explica que a solução completa das etiquetas que apresentam o preço ao consumidor é composta por sistema gestor capaz de armazenar, codificar, organizar e gerenciar os dados destinados às etiquetas. Há também um transmissor e uma antena que são responsáveis por garantir cobertura de sinal em toda a loja. A comunicação com cada etiqueta é feita por ondas de rádio de baixa frequência. Outro componente é um terminal portátil que, a partir do código de barras, associa a etiqueta a um determinado produto.

 

 

MAIS INFORMAÇÕES

Condor: www.condor.com.br

RR Etiquetas: www.rretiquetas.com.br

 

Fonte: Site Supermercado Moderno