por Felipe Aquino (DCI)
Após um ano difícil para o comércio varejista, redes do setor alimentício têm investido na produção de panetones e chocolates para recuperar os prejuízos. A data já se firma como a segunda mais importante do ano para a categoria, respondendo por quase um quarto das vendas e a expectativa é de crescer até 30% neste final de ano.
De outubro a dezembro de 2013 foram produzidas mais de 125 mil toneladas de chocolate para o Natal, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), que não fez projeções para este ano.
“Os lançamentos especiais preparados pelas empresas estimulam o consumidor a presentear. Por isso, as vendas nessa época já correspondem a 24% do total de chocolate produzido no ano inteiro”, afirmou o vice-presidente de chocolates da Abicab, Ubiracy Fonseca.
Otimista com a data, a Cacau Show projeta fechar 2014 com 1.777 lojas. De acordo com a empresa, as vendas devem crescer pelo menos 22% neste final de ano, quando a rede prevê movimentar até R$ 600 milhões.
Entre as novidades da marca para a data estão, além dos panetones especiais, itens como o Lata Nuts Drageados. Para o ano, a expectativa da companhia é faturar R$ 2,4 bilhões, como informou recentemente a diretora de marketing da companhia, Raquel Massagardi. “Este ano nossa expectativa é crescer 22% frente a 2013. No próximo ano queremos chegar a duas mil lojas”, ressaltou ela.
Na CRM, grupo que detém as marcas Kopenhagen e Chocolates Brasil Cacau, a projeção é de movimentar R$ 124 milhões com as duas marcas, só neste final de ano. Também confiante, a companhia ampliou sua produção de chocolate e deve fechar o período em 7,2 mil toneladas, ante as 5,5 mil toneladas em 2013.
Para o Natal, o grupo criou 43 produtos, sendo que as apostas da Kopenhagen estão nos panetones Língua de Gato e Língua de Gato com Doce de Leite. Segundo a companhia, a expectativa é que sejam vendidas mais de um milhão de panetones das duas marcas, ante os 820 mil itens vendidos no ano passado.
Especializada em amêndoas e castanhas, a Nutty Bavarian também se preparou para a data. Ao investir cerca de R$ 50 mil na produção de cinco mil panetones, a companhia projeta um crescimento de até 30% nas vendas dos produtos de Natal, como informou a diretora executiva e fundadora da marca, Adriana Auriemo.
“Todos os anos fazíamos panetones para dar de presente aos amigos e fornecedores. Mas como todos começaram a perguntar onde poderiam comprar resolvemos ampliar a produção para vender. Será uma primeira experiência”.
Alta demanda
Com 110 quiosques em quase todo o País, pelo menos 60% dos produtos já foram vendidos. Com projeção de fechar 2014 com crescimento de 23%, a companhia prevê faturar R$ 35 milhões este ano. “Iniciamos o ano pessimista, assim como todo o varejo. Contudo, não posso reclamar, já que nossas vendas aumentaram, assim como a procura pelas nossas franquias da rede”.
Com cinco unidades em São Paulo – nos shoppings Eldorado, Vila Olímpia e Morumbi, além da Alameda Lorena e Aeroporto de Guarulhos – a Casa Bauducco é uma das companhias que ampliou as operações para atender a demanda no Natal. Especializada em produtos premium e artesanais a rede inaugurou quatro quiosques na capital paulista, que darão suporte as lojas.
“Estamos com uma ótima perspectiva de crescimento nas vendas por conta do Natal. Este é o principal momento de consumo para o nosso negócio”, ressaltou o diretor da Casa Bauducco, Paulo Cardamone.
Entre as apostas da companhia estão os chocotones com Cramberry e Creme de Avelãs.
Investimento
Tradicional na capital paulista, a Ofner é outra rede que também ampliou sua produção para atender a demanda do final de ano. No total a empresa investiu cerca de R$ 2,5 milhões na revitalização de sua fábrica, em Socorro, no interior de São Paulo, como informou ao DCI em entrevista anterior, o diretor comercial da companhia, Laury Roman.
“Temos uma visão de longo prazo, por conta disso dobramos a nossa capacidade de produzir panetones. No total iremos fabricar mais de um milhão de unidades em 2014”, ressaltou o executivo.
Com projeção de aumentar o faturamento em até 20% no período, o otimismo da rede está relacionado ao hábito do brasileiro de presentear. Esperando incremento de até 8% nas vendas de panetones, Roman ressaltou que o Natal corresponde a uma das maiores receitas da companhia no ano.