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Crise não afeta consumo do cafezinho no Brasil

Crise não afeta consumo do cafezinho no Brasil

Mercado de grãos especiais cresceu cerca de 20% nos últimos anos

por Luciana Barbo (Agência Sebrae)

14/01/2016

O Brasil é responsável por um terço do café produzido no mundo e boa parte dos grãos de qualidade tem se mantido no mercado interno, o que não acontecia na década passada. Apaixonado pela bebida, que está presente em 98% dos lares, o brasileiro está procurando os grãos especiais mesmo em tempos de crise. Tanto que esse mercado cresceu cerca de 20% nos últimos anos. Para se ter uma ideia, em 2014, o consumo per capita chegou a 6,4 quilos de café torrado – enquanto que, em 2012, esse valor era de 4,98 quilos per capita.

 

Acesso à informação e expansão das cafeterias são alguns dos fatores que contribuem para a qualificação do público e motivam parte dos 300 mil pequenos produtores a investirem nos grãos com maior valor agregado que podem lhes trazer mais lucratividade. Enquanto um quilo de café commodity é vendido entre R$ 10 e R$ 25, os especiais saem a valores entre R$ 30 e R$ 100. E podem chegar a muito mais em concursos e leilões internacionais.

 

De todo o café consumido no país, 36% é feito fora do lar, o que estimula não somente o surgimento de novas cafeterias especializadas (já são mais de 3,5 mil espalhadas pelo país), mas a qualificação do serviço da bebida em restaurantes, padarias e outros pontos de venda. Localizada em São Paulo, a RayCaffé aposta em grãos especiais produzidos em Minas Gerais para atrair a clientela. Mesmo com outras duas cafeterias próximas, o proprietário Ray Ferro garante que o movimento tem crescido desde a abertura da casa, há quase dois anos. “Meu cliente valoriza o café especial, mesmo tendo de pagar um pouco mais caro”, afirma o empresário, que estuda a inclusão de novos grãos no cardápio da casa para mostrar como os cafés podem ser diferentes dependendo da região em que são produzidos.

 

Também se percebe nos últimos anos o crescimento do consumo dos cafés em cápsulas: nos últimos 12 meses, elas ganharam mais 50% de mercado. “Mas ainda há muito o que crescer, tendo em vista que esse número ainda representa menos de 1% do consumo total”, afirma o presidente de Associação Brasileira da Indústria do Café, Nathan Herszkowicz.

 

O Sebrae é parceiro desses agricultores, atuando para capacitar, promover a união entre eles e qualificar os produtos para que conquistem indicações geográficas e certificações como fairtrade, UTZ, Rainforest, que ajudam evidenciar o diferencial dos grãos brasileiros e a atribuir a eles um maior valor de venda.

 

“Resgatamos a história e agregamos inovação ao café nacional e aos grãos especiais que são cultivados dentro do conceito de sustentabilidade”, afirma o gerente de Agronegócio do Sebrae Nacional, Enio Queijada, lembrando que a instituição ajudou a resgatar a produção do café de qualidade superior onde a cultura havia perdido força, como na região das Matas de Minas, cujo grão era tido como de baixa qualidade, mas que vem revertendo esse cenário com apoio do Sebrae.