Atualmente, o mercado de alimentação fora do lar é uma das vertentes da economia nacional que oferece aos investidores rentabilidade muito acima das projeções do PIB brasileiro. Com faturamento de aproximadamente R$ 230 bilhões no ano passado, o setor obteve uma taxa de crescimento de 13% em relação a 2011 e a expectativa é de que o crescimento continue acima dos dois dígitos nos próximos três anos. Dentro dessa estatística estão inclusos os deliveries de comida, segmento que movimentou 8 bilhões no ano passado, de acordo com estimativas da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).
Antes limitado às chamadas telefônicas, a participação deste nicho nos últimos dois anos foi complementada pelos serviços pela web e aplicativos móveis. Ambas as modalidades já são utilizadas por dois milhões de consumidores e são responsáveis por cerca de 2% do faturamento do mercado no País, afirma Felipe Fioravante, CEO do iFood – empresa que administra plataforma on-line de pedidos que agrega mais de 1.000 restaurantes em oito cidades brasileiras.
Pioneiras no segmento, as empresas agregadoras de pedidos on-line já existem há mais de 10 anos nos EUA e atualmente transacionam mais de US$ 1 bilhão por ano – 15% do mercado. Considerado o maior player norte-americano, o GrubHub registra mensalmente cerca de 500 mil solicitações e está presente em mais de 400 cidades e 19 estados.
No Brasil, o movimento mais recente do setor foi o investimento de R$ 5,5 milhões realizado pela Movile – empresa líder em conteúdo mobile e serviços para smartphones na América Latina – no iFood. Segundo Fioravante, o aporte será utilizado no aprimoramento das funcionalidades do aplicativo nos sistemas iOS e Android. “Outro grande objetivo é a expansão do serviço para novas cidades e estados do País. Esperamos contar com mais de cinco mil restaurantes e redes de alimentação cadastrados na plataforma nos próximos três anos”, explica Fioravante.
De acordo com o executivo, estimativas apontam que o delivery on-line brasileiro crescerá 100% ano até 2015. O substancial aumento será corroborado com a popularização de companhias como o iFood, uma vez que o serviço beneficia diretamente as duas pontas da cadeia. “Os consumidores podem otimizar o tempo comparando cardápios, pratos e preços em um único canal, seja na web ou nos aplicativo móveis. No caso dos restaurantes, principalmente aqueles de pequeno e médio porte, a vantagem está no fato dos proprietários não precisarem investir no desenvolvimento de uma plataforma on-line própria – normalmente muito cara – além de expandir o número de clientes no médio prazo”, argumenta.
Recente pesquisa realizada pelo instituto norte-americano Nielsen, com 28 mil pessoas em 56 países, revela que a intenção dos consumidores em comprar alimentos e bebidas on-line aumentou 44% nos últimos dois anos. Com o acréscimo, atualmente 26% de todos os entrevistados já planejam adquirir esse tipo de serviço nos próximos seis meses por meio de um dispositivo com acesso à web. “Dentro das possibilidades da economia nacional e também comparando com a adesão já conquistada nos EUA, a tendência é de que os brasileiros pouco a pouco se sintam mais confiantes em transacionar esse tipo de serviço pela internet. Felizmente, o medo da compra em ambiente virtual já foi superado com o boom das compras coletivas em 2010”, observa o CEO do iFood.
Paralelamente a isso, Fioravante também alerta os proprietários e sócios de restaurantes que ainda não visualizam a internet como uma ferramenta importante de incremento das receitas no delivery. “Hoje, os estabelecimentos presentes na plataforma do iFood elevaram em média 30% suas vendas. Com o dia-a-dia corrido das grandes metrópoles, a tendência é de que a web e os aplicativos móveis se tornem para muitos consumidores a opção mais prática de realizar pedidos”, conclui.
Fonte: Portal Fator Brasil