Pesquisas mostram o aumento do número de casais sem filhos e de pessoas que moram sozinhas, o que gera um aumento na procura por porções menores
06/06/12
O perfil dos consumidores brasileiros tem sofrido muitas alterações, como mostra o “Estudo de Tendências – Perspectivas para a Panificação e Confeitaria 2009/2017”, publicado por meio do convênio de cooperação técnica Sebrae/ Associação Brasileira da Indústria da Panificação e Confeitaria (Abip).
Dentro do setor de confeitaria é importante saber que:
· As mulheres vêm conquistando espaço no mercado de trabalho e assumindo a subsistência familiar. Essas consumidoras valorizam produtos light, funcionais e de confeitaria fina e, ainda, apresentam gosto apurado por chocolates e doces.
· Aumentam o número de casais sem filhos e de pessoas que moram sozinhas. Essa tendência mostra que as porções menores e individuais devem ser mais exploradas.
O ideal é não forçar o cliente a comprar mais do que irá consumir. Produtos muito grandes e com validade pequena podem desestimular a compra por medo da perda do produto ou receio de extrapolar a dieta. O ideal é oferecer porções menores ou a venda por quilo, em que o consumidor poderá comprar a porção desejada.
É importante que o panificador tenha consciência de que o consumidor aprecia a variedade de produtos, os lançamentos e as novidades. Assim, o importante não é ter tudo sempre, mas ter um pequeno mix que seja variável. Combinar novos sabores, renovar as receitas, incluir chocolate e inovar em coberturas e recheios.
Produção retraída = Consumo esporádico
Segundo o Programa de Desenvolvimento da Alimentação, Confeitaria e Panificação – Propan, pesquisas comprovam que os clientes não consomem mais confeitados por não encontrá-los disponíveis nas padarias. A boa gestão da ordem de produção é importante para evitar a falta de produtos.
Alguns panificadores ficam inibidos em investir na confeitaria por medo de perdas e sobras. Entretanto, quanto mais retraída for a produção de confeitados, menor será a possibilidade de eles serem consumidos.
Um exemplo disso é a diferença no consumo de panificados que há entre as regiões Sul e Sudeste. No Sul, a influência européia atua até no consumo de confeitados e doces, que não altera o volume das vendas com a variação de temperatura.
Já no Sudeste, a tendência é que o consumo aumente apenas no inverno. Essa ação vem comprovar que o consumo de confeitados é um hábito e, sendo assim, pode ser trabalhado. Dessa forma, investir no setor de confeitaria começa com o estímulo ao consumo, aumentando a variedade de produtos para encantar o cliente.
Produtos sem imitações
O apelo de vendas inicial dos panificados vem com o cheiro, o aroma e o visual (crocância, maciez, etc.), já na confeitaria, o apelo das vendas está na aparência. Vale à pena investir no visual do produto, preocupar-se com o acabamento, pois o cliente compra o produto pelos olhos. Depois de consumido, ele continua a comprar ou não, dependendo do sabor e da qualidade percebidos.
Entretanto, além da aparência, qualidade e sabor há, ainda, outro fator importante: a imitação. O consumidor tem que sentir que o produto é especial e que não conseguirá reproduzi-lo em casa.
Segundo o confeiteiro belga Lionel Verstraelen, instrutor do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Senai/MG, é importante oferecer produtos que a dona de casa não saiba como fazer e não tenha os equipamentos que permita a imitação.
Isso possibilita ao produto a oferta diferenciada, uma razão a mais para comprar – cria-se um encantamento em torno dele.
Autor: Maria Regina Diniz de Oliveira
Fonte: Portal Panificação Sebrae