10/05/12
São feitas refeições de 150 tipos diferentes. Com mais de 60 clientes, empresa fatura mais de R$ 2,5 milhões por ano.
O mercado de alimentos congelados reúne quase 700 indústrias no país. E mais de 90% delas são pequenas empresas. É o caso de uma fábrica, no interior de São Paulo, que se especializou na produção de refeições congeladas para hospitais.
Os empresários Jânio Lerário e Eleonora Bassi comandam a fábrica, que ocupa uma área de 1,2 mil metros quadrados. São feitas refeições de 150 tipos diferentes.
A empresa está no ramo de congelados há mais de 20 anos. Hoje, já tem mais de 60 clientes na capital paulista e no interior de São Paulo. E fatura mais de R$ 2,5 milhões por ano.
No cardápio estão massas, arroz, feijão, legumes, carne branca e vermelha, com vários molhos. Há 3 anos, os empresários apostaram na linha exclusiva para hospitais. E se diferenciaram dos concorrentes.
“Na época, a nossa nutricionista tinha uma boa experiência na área hospitalar, era responsável técnica inclusive por outras duas cozinhas hospitalares, e falou ‘Nora, vamos, vamos, que não é tão difícil assim’, e começamos”, disse Eleonora.
A empresa cresceu e contratou mais gente. Hoje, 28 funcionários trabalham na linha de produção. São preparadas cerca de 2 mil refeições por dia. Só da linha hospitalar são 1,2 mil. E para tudo isso, é preciso ter organização.
“Os nossos nutricionistas entram em contato com a nutricionista do hospital. Elaboram o cardápio, e desse cardápio elaboram fichas que são passadas para as moças, então todos os dias nós temos pratos diferentes. E para não ter erro, cada prato tem a sua ficha”, explica Lerário.
Cada refeição pesa 450 gramas. Os alimentos são colocados em embalagens plásticas e ficam nas câmaras de congelamento, a uma temperatura de 20 graus negativos. Depois, recebem tampas e são vedadas. Só no final o produto é etiquetado, com valor nutricional e data de validade.
O carro-chefe da empresa são as refeições para dietas. As hipossódicas, que têm apenas um grama de sal por porção, e as assódicas, totalmente sem sal.
“Nós já temos uma linha definida de produtos, dieta geral hipossódica para diabéticos, e alguma necessidade de dieta específica a gente elabora para o cliente”, afirma a nutricionista Michele Beer Schwartz.
‘Praticidade’
Um hospital é cliente da fábrica de congelados, há 2 anos. “A gente optou pelas refeições congeladas, pela praticidade, em primeiro lugar. Pelo desperdício, a gente não tem desperdício. Por ser um hospital cirúrgico, hospital dia, então a gente sabe, só descongela, e serve só o que for solicitado”, explica Danielle Totino, nutricionista do hospital.
O cardápio do hospital inclui 9 tipos de pratos. Bastam alguns minutos no micro-ondas e a refeição está pronta para servir. “Eu achei essa refeição muito saborosa, ela não tem nenhum aspecto de congelado, nem parece realmente alimentação de hospital”, revela a paciente Lilian Santos Tonelo.
O mercado de Alimentação faturou no ano passado R$ 390 bilhões, segundo a Associação Brasileira de Indústrias de Alimentos. Só o setor de congelados teve um faturamento de R$ 7 bilhões, um crescimento de mais de 5% nas vendas.
Os empresários também têm loja própria de alimentos congelados. Cada prato custa, em média, R$ 15 reais. “Aqui na loja são vendidas cerca de 60 refeições por dia. Um dos pratos preferidos é o strogonoff. Mas além desse tem mais de 20 opções”, diz Valdeci Gonçalves Pereira, balconista da loja.
“Para a gente que trabalha no dia a dia é bem mais prático, porque é só pegar, colocar no micro-ondas e está pronto”, diz Taynara Ramos.
Lerário espera um aumento nas vendas este ano. E tem novos planos. “Eu quero crescer em dois anos 30%. É a minha meta. E agora nós estamos com um novo projeto de salgados, mas ainda é uma coisa que nós vamos falar mais para frente”, diz.
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